O renomado especialista em saúde mental, Dr. Rafael Almeida, oferece uma análise aprofundada sobre o fenômeno social e psicológico dos bebês reborn, tema que ganhou destaque recente na novela Vale Tudo, da TV Globo, ao retratar a personagem Aldeíde, interpretada por Karine Teles, que comprou um bebê reborn e o trata como filho real.
Segundo Dr. Rafael Almeida, “o uso de bebês reborn vai muito além de uma simples preferência por brinquedos ultrarrealistas; trata-se de um fenômeno que reflete questões emocionais e sociais complexas”. Ele explica que “para muitas pessoas, esses bonecos oferecem um conforto emocional significativo, especialmente em momentos de perda ou luto, funcionando como uma forma de terapia emocional. Eles podem atuar como ‘veículos de transição’, ajudando indivíduos a expressar e processar sentimentos difíceis”.

Ao falar sobre o caso de Aldeíde, Dr. Rafael destaca que “a personagem da novela evidencia um aspecto importante do fenômeno: o desejo de cuidado, de conexão e de sanidade emocional, mesmo que de forma por vezes ilusória. Quando ela trata o bebê reborn como seu filho verdadeiro, estamos diante de uma manifestação do quanto o emocional pode se entrelaçar com a percepção da realidade”.
Sobre o aspecto psicológico, o especialista acrescenta que “o cuidado com esses bonecos pode gerar uma sensação de controle e segurança, elementos essenciais no tratamento de transtornos como depressão e ansiedade”. Ele reforça que “em contextos terapêuticos, o uso de bebês reborn tem ajudado muitas pessoas a desenvolver habilidades de cuidado e a mitigar sentimentos de solidão, promovendo uma espécie de vínculo reconfortante que muitas vezes é difícil de alcançar com seres humanos”.
Dr. Rafael Almeida ainda comenta o papel social dos reborns, afirmando que “eles representam uma busca por conexão e significado em uma sociedade cada vez mais despersonalizada. Além disso, favorecem a formação de comunidades de suporte mútuo, que ajudam a reduzir o sentimento de isolamento”.
Por fim, o especialista avalia que “o fenômeno também se conecta ao conceito de devaneio social, em que as pessoas utilizam esses bonecos para refletir sobre maternidade, responsabilidade e valores essenciais, numa era marcada por tecnologia e ritmo acelerado. Assim, esses objetos se tornam símbolos de uma busca por sentido e de uma pausa na velocidade do mundo exterior”.

Dr. Rafael Almeida conclui afirmando que “a trajetória do uso de bebês reborn revela não apenas anseios individuais, mas também inquietações coletivas, relacionadas à identidade, amor e o desejo humano de pertencimento. Na história de Aldeíde, podemos perceber como esses objetos podem refletir desejos profundos de conexão, cuidados e esperança de uma vida mais segura emocionalmente”. Finaliza.